quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Planos? Futuro? Que futuro?


Já faz imenso tempo desde a última vez que aqui escrevi... 
Há tanto tempo que tenho o blog parado, e hoje decidi dar-lhe um pouco de vida... 

Ou pelo menos tentar fazê-lo...

No momento em que escrevo este texto, mil e uma coisas me passam pela cabeça e parece que a minha vida não faz qualquer sentido. 

A dúvida do futuro permanece e atormenta-me todos os dias. Penso comigo mesma se serei algum dia capaz de realizar tudo aquilo que desejo, todos os meus sonhos e espectativas. 

Depois de tantas vezes dizer a toda a gente para ter “pensamento positivo”, não entendo o porque de dúvidas como estas me perseguirem em cada passo que dou, em cada porta que se fecha ou janela que se abre.

Nunca gostei de ter dúvidas.

Sempre gostei de dar respostas aos meus problemas e das certezas que tinha na minha vida. Sempre gostei de saber o rumo que levava e ter os meus planos em ordem.

Mas parece que isso mudou e vai continuar a mudar, e começo a pensar para que servem os planos que fazemos se quase sempre eles nos saem furados?

Pensar no futuro torna-se uma tarefa cada vez mais complicada, porque da forma que isto está, não me vejo com qualquer futuro por aqui por estes lados.

Tenho, e sempre tive, a ambição de sair daqui, de deixar este país e ir explorar o que para mim ainda permanece desconhecido. Acho que nunca fui conhecida pela minha capacidade de gostar de estar presa ao que quer que seja, muito menos a Portugal.

Se neste momento me fizessem a pergunta: “Onde é que te imaginas daqui a 5 anos?”, acho que a resposta que dava era que me imagino em qualquer parte do mundo menos aqui.

A questão que viria a seguir, suponho eu, seria “Porque é que daqui a 5 anos não te imaginas no teu país?”

A resposta, também não me parece muito difícil, embora não seja aquela que a maior parte das pessoas quer ouvir.

Sim, porque ouvir as verdades, na maior parte das vezes, custa, e custa muito isso vos garanto.

Admito que na minha visão das coisas, é triste ver uma jovem, de 21 anos, prestes a terminar uma licenciatura, pertencente aquela que é considerada da geração mais qualificada que Portugal algum dia teve, ter uma declaração destas.

Mas é a realidade, pura e dura, para grande parte dos jovens da minha geração, que se vê encurralado num país onde as saídas são cada vez menos, a não ser quando são saídas para além das fronteiras do país ao qual chamamos lar.

Não sou, nem nunca fui, nacionalista ao ponto de não abrir horizontes além-fronteiras, mas o que realmente me custa, é ver que desta forma, pouco ou nada este país vai avançar, numa época tão difícil como aquela que estamos a viver.

Sempre me disseram “os jovens são o futuro do nosso país”, “vocês são o futuro, a mudança”, mas se o nossos “queridos” governantes (sim, digo isto de forma muito irónica, porque de “queridos” eles não têm nada) nos aconselham a emigrar e dizer adeus às nossas origens, como podemos ser nós a mudança e o futuro do nosso país?

Queremos trabalho, pedem-nos experiência, que nós não temos, mas que também ninguém nos quer dar;

queremos sair de casa dos pais, não podemos porque não temos trabalho; 

queremos ser independentes, ter a nossa vida e viver de forma digna e não deixam que tal aconteça porque neste país não há futuro para os jovens, não há futuro para os desempregados, para os idosos ou para a gerações futuras porque nos impedem de o tentar criar, tirando-nos a esperança de que algum dia isto irá melhorar. 

Fecham-nos as portas, e não nos abrem janelas, encurralam-nos num presente sem respostas, apenas com a dúvida sempre presente: “O que vou fazer da minha vida quando acabar o meu curso?” ou “O que vou fazer da minha vida agora que fiquei desempregado com 45 anos?”.

É triste, revoltante e desanimadora a situação que nos apresentam todos os dias.

É triste não ver um futuro digno para mim (e para milhares de jovens como eu) neste país, vai ser triste dizer adeus a tudo o que aqui tenho, no dia em que como muitos outros que partem rumo ao desconhecido, vou ter que tomar a decisão de o abandonar, sem olhar para trás, apenas com a mágoa sempre presente, que não vou puder ter um futuro no meu país porque me impediram disso.

Vai ser difícil dizer “até já” (porque “adeus”, para mim, é demasiado definitivo), há minha família, aos meus amigos, a cidade que tanto amo, a tudo o que conquistei durante a minha vida aqui.

Mas o mais difícil de tudo, vai ser o dia em que voltar aqui e ver que nada mudou e tudo permanece no sitio onde estava quando parti, na incerteza do futuro e na dúvida se algum dia isto irá mudar.

«Sandy»

2 comentários:

  1. Miga, só te digo...é melhor não pensarmos muito no futuro que ainda nos dá um AVC xD...o melhor é viver a vida, passo e passo, ir construindo o futuro com calma e cabeça e a vida acabará por nos recompensar de algum jeito :).

    Beijinho da SP :p

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    1. É inevitável, pelo menos para mim, pensar no futuro...
      Porque ele se aproxima cada vez mais depressa...
      E infelizmente não vejo nenhuma saída...

      Mas sim, espero que a vida recompense de alguma forma tudo aquilo que fui passando ao longo da vida... :)

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