quarta-feira, 16 de março de 2011

"E o povo, pá?"



Qual é a situação real do nosso país? 
Esta deve ser a pergunta que mais vezes é feita pelos portugueses… 

Não sou economista, nem percebo de economia, não tenho ideologia política e também não percebo de política… 

Sou da considerada “Geração á Rasca”, e isto deve querer dizer alguma coisa, pois quando saem perto de 300 mil pessoas a rua alguma coisa não está bem (A adesão à manifestação da «geração à rasca» ultrapassou largamente os números inicialmente previstos, com cerca de 300 mil pessoas em todo o país…). 

Mas não é só a minha geração que está a rasca, são as várias gerações que estão cada vez mais com a “corda ao pescoço” onde o “cinto apertado” não vale de nada.

Veio ontem (14-03-2011) o nosso primeiro-ministro falar aos portugueses e dizer que não precisamos de ajuda externa, quando ainda há pouco tempo este se reuniu com a chanceler Alemã, a senhora Merkel, de forma a pedir ajuda e apoio a Alemanha… (O primeiro-ministro, José Sócrates, vai encontrar-se na próxima quarta-feira, dia 2 de Março, com Angela Merkel para aproximar posições sobre a reforma do fundo de socorro do euro num contexto de forte especulação sobre a possibilidade de Portugal estar já a negociar alguma forma de assistência financeira.). 

Se isto não é ajuda externa, então não sei o que será, mas provavelmente será o Fundo Monetário Internacional (FMI)… 
Quando o primeiro-ministro diz que a oposição ao não aprovar as medidas que o governo propõe está a criar uma crise política, eu pergunto-me, mas já não estamos perante uma?

Manifestações das “Gerações á Rasca” com 300 mil pessoas na rua, transportadoras e camionistas parados por tempo indeterminado (Segundo a RTPN, as 600 empresas de transportes decidiram fazer uma paralisação, por tempo indeterminado, a partir das 00h00 de segunda-feira.), greve do metro de Lisboa (Os trabalhadores do ML estiveram hoje em greve entre as 06:30 e as 11:00 para protestar contra os cortes salariais impostos pela Lei do Orçamento do Estado, uma paralisação que, contou com uma adesão superior a 90 por cento.), greve dos Comboios de Portugal (Os maquinistas decidiram avançar para a greve, das 05.00 às 09.00 do dia 23 de Março. Os maquinistas farão greve nesse período de trabalho, na sequência de uma reunião que foi inconclusiva.) e dos transportes colectivos (Cerca de 90 por cento dos trabalhadores da Sociedade dos Transportes Colectivos do Porto (STCP) aderiram à greve às horas extraordinárias…), um plenário com mais de 9 mil professores no Campo Pequeno (Nove mil professores de vários níveis de ensino e de norte a sul do país encheram hoje a sala de espectáculos do Campo Pequeno para contestar a política do Governo e aprovar o reforço da greve às horas extraordinárias.). 

Se isto não é uma crise política, então eu não sei mesmo o que é uma…
Ouço notícias que a meu ver são ridículas e cada vez mais acredito que este país é só para os ricos… 

O IVA desce de 23% para 6% para actividades como o golf, (Com as recentes alterações às tabelas de IVA, a prática de golfe passou a ser tributada à taxa máxima de 23%. Agora, o Governo prepara-se para abrir uma excepção, aplicando-lhe de novo a taxa mínima de 6%.), um desporto que eu considero elitista e que só os ricos frequentam, enquanto os ginásios, recomendados por médicos, devido às elevadas taxas de obesidade no nosso país, e para melhoria da nossa qualidade de vida, continuam a ser taxados a 23%... (Todas as actividades dos ginásios, seja com acompanhamento de professores, seja a prática solitária de actividade física, terão de ser taxadas a 23% de IVA, sem que exista qualquer excepção à taxa máxima do imposto.

Se isto não é ridículo, não sei o que será, talvez as cartas de amor como diz o poeta…

Nestas alturas questiono-me, tal como a música dos Homens da Luta, “E O Povo, Pá?”, o povo que sai a rua e se manifesta contra a situação precária deste país, contra o desemprego e contra a corrupção, o povo que é prejudicado cada vez que são postas em práticas medidas ditadas pelo governo, o povo da classe média e média baixa que paga a factura… 

Porque nestas alturas, a classe média e média baixa são sempre as mais prejudicadas, enquanto os outros estão muitos felizes, nas suas casinhas, a ver as manifestações e protestos na TV como se fossem partidas de carnaval…


«Sandy»

2 comentários:

  1. Obrigado Sandra ;)
    E o povo pá? heeheh gostei :p

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    1. Obrigada eu também Tiago, por tirares um tempinho para ler o que eu escrevi. :)

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