E hoje parece que estou com "alma" de "revolucionária".
Apeteceu-me escrever, não só sobre o Brasil, mas também sobre Portugal.
E agora vocês perguntam, escrever porque e sobre o quê?
Escrevo hoje porque, dia 17 de de Junho
de 2013, muito se falou da greve dos professores neste país à beira mar
plantado.
E porque é que a greve causou
tanta polémica?
Porque a fizeram no dia do exame nacional de 12º ano de
Português, exame esse que pode decidir, em muitas das vezes, o futuro dos
alunos que querem ingressar no ensino superior.
Não pensem que escrevo para criticar
a decisão tomada pelos professores, não é isso que pretendo.
Não os vou criticar, vou sim
apoiá-los e dizer ainda mais do que isso, a greve, não devia ter sido feita
apenas por eles, devia também ter sido feita pelos alunos, porque alguém neste
país precisa de tomar uma atitude, sair à rua, mudar e mostrar a indignação.
O nosso ministro da educação,
criticou a medida tomada pelos professores, disse que só os alunos estavam a
ser prejudicados, mas esqueceu-se disso no dia em que decidiu criar os mega-agrupamentos
de escolas, quando cortou o apoio social e o passe escolar.
Onde morava essa
preocupação toda no dia em que se cortou nos horários aos professores, no dia em que
as turmas passam a ter perto de 30 alunos onde é praticamente impossível apoiar
um aluno que tenha mais necessidades?
Estudo desde os meus 6 anos,
estou neste momento, com 22 anos, prestes a acabar o ensino superior, e eu
própria já estou condenada ao desemprego, assim como os professores que têm por
base ensinar-nos e ajudar-nos a evoluir como estudantes.
Sou a favor de que devemos lutar
pelos nossos direitos, fazer barulho, ir à luta e nunca baixar os braços até
vermos mudanças.
Sou a favor duma sociedade justa,
onde a qualidade do ensino não seja comprometida por medidas estúpidas e sem
sentido, tomadas por governantes ignorantes que se estão a lixar para o povo
que sofre com as consequências dos actos em que eles não pensam.
Sou a favor dos professores, dos
alunos, da educação e sobretudo da qualidade da educação neste país.
Sou a favor de um futuro para os
meus filhos e netos, que não seja tão precário como o meu.
Sou a favor da justiça social e
das mudanças políticas, pois isto não pode continuar assim.
Sou a favor de que olhem para a
população portuguesa com olhos de ver e que não olhem para nós apenas como
números no instituto nacional de estatística.
Se neste momento fosse aluna do
ensino secundário, unia-me aos meus professores e ia com eles para a rua
reivindicar os meus direitos como cidadã e como estudante. (Fenprof estima que 90% dos professores fizeram greve.)
Na minha opinião, hoje, ou faziam
exame todos os alunos ou não fazia nenhum.
Parece bonito dizer-se que 76% dos
alunos fez exame nacional, apenas se esquecem dos restantes 24% que estudaram e
ficaram às portas das salas à espera que algo acontecesse. (Governo diz que 76% dos alunos fizeram exame de português.)
Irónico será dizer que o tema da
composição deste ano se intitulava: “A juventude é uma fase da vida frequentemente
associada à esperança e à vontade de mudança.”. (Estudantes usam composição para criticar exame.)
A minha reflexão sobre este tema
irá ser escrita, porque mesmo não sendo aluna de secundário, garanto-vos que
tenho muito a dizer acerca dele.
«Sandy»
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